Estou grávida! E agora?
- Gabriela Marques
- 26 de mar. de 2016
- 2 min de leitura
Na sociedade em que vivemos atualmente, informação é a peça chave quando tratamos de qualquer tema. Não que ela não fosse importante antes, mas hoje a facilidade e rapidez na troca de informações nos colocam em um outro contexto. Com a maternidade isso não seria diferente. O mercado de produtos para as novas gestantes e futuros bebês traz um leque de opções que tem geralmente um mesmo objetivo, facilitar a passagem por esse
período. Mas já vou adiantar que muitas dessas coisas não são sequer usadas e tampouco elas significam um maior conforto.
A gestação e a maternidade vêm acompanhadas de sentimentos e de mudanças hormonais que requerem muito mais que produtos. Requerem tempo, dedicação, atenção, paciência e alteridade (de forma simples, nome dado ao sentimento de pensar no Outro e imaginar-se em seu lugar). Nesta perspectiva, a informação continua sendo peça chave e os blogs e redes sociais têm contribuído muito para a criação de um diálogo paralelo sobre estes temas entre médicos, mães, doulas e outros profissionais da área. A troca de experiências é fundamental, ainda que a gente saiba que cada gestação é única.

Quanto mais informações temos, mais cômodas ficamos para tomarmos decisões. E gestação e maternidade se resumem também em tomar decisões em relação ao seu corpo e ao seu filho. Por mais que você ouça as recomendações dos médicos, os conselhos de sua mãe e as dicas de suas amigas, as decisões são suas, até porque você será, provavelmente, a principal responsabilizada pelos êxitos e fracassos dessa missão que é trazer um ser humano ao mundo. Então, informe-se para questionar, perguntar, duvidar e, ao fim, decidir.
Justamente por tudo isto, costumo dizer que a gestação, o parto e a maternidade são um processo de empoderamento tão grande para a mulher, que a sociedade faz de tudo para atrapalhar, para dificultar. A mulher percebe sua força quando consegue passar por todas as mudanças hormonais, físicas e psicológicas que uma gravidez provoca. E também por tudo isto é uma fase que a mulher precisa de apoio. Elas já estão inseguras o suficiente, não precisam de outras pessoas para deixá-las com mais dúvida. Elas já estão cansadas o suficiente, não precisam de ninguém para julgá-las.
Dê sua opinião quando ela for solicitada. Do contrário, se quer ajudar, respeite o momento e o espaço da mãe e do bebê. Respeite suas rotinas. Respeite suas escolhas que são sim feitas conjuntamente. E quando uma mãe estiver cansada e quiser reclamar, isso não significa que ela deixou de amar seu filho. Ela só quer compartilhar essa tarefa que a sociedade foi aos poucos deixando cada vez mais sob responsabilidade apenas da mãe.
Como o assunto é extenso, não será possível aprofundar sobre temas específicos aqui. Se tiver dúvidas, escreva ao blog para retomarmos a conversa. Deixo também uma sugestão de página no Facebook para acompanhar, a Livre Maternagem: https://www.facebook.com/LivreMaternagem/?fref=ts

Gabriela Marques (Jornalista, professora, doula e doutoranda em Comunicação)
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