Sobre ser “Mãe Solteira”

Quando fiquei grávida, a 08 anos atrás, as pessoas sempre me perguntavam se eu era casada. Com minha resposta negativa, sempre me olhavam com um olhar inquisitivo e com um riso amarelo diziam: Coitada, vai sofrer muito!! Vai ser mãe solteira!!

Falavam como se “mãe solteira” fosse uma doença que precisa ser combatida. Eu sempre me perguntava, coitada por quê? Por não ter um marido?!!

De fato fui descobrir que “mães solteiras” sofrem mesmo, mas não pelo fato de estar solteira e sim pelos julgamentos da sociedade, esse é o único diferencial.

Ser mãe independe do estado civil, e estar solteira, não impede nenhuma mulher de se tornar uma excelente mãe.

As “mães solteiras” sofrem sim, porém não diferente de outras mães. Todas estão sujeitas a mastites, inchaço pós-parto, cólicas do neném no meio da noite, privação de sono (porque o bebê mama de duas em duas horas), não ter tempo de sequer lavar o cabelo e até chorar junto com o bebê quando não consegue acalentá-lo, são tantos ‘sofrimentos’ que passaríamos a vida citando...

A mulher não é menos mãe por ser solteira, em muitos casos ela é até melhor, porque com cada julgamento da sociedade (por não ter um marido) ela tem o amor pelo filho aumentado.

Ser mãe e estar solteira é ser um milhão de vezes mais forte, por enfrentar os desafios que a maternidade trás e saber enfrentar com maestria a mediocridade da sociedade, que ainda não entendeu que a mulher pode ser o que ela quiser, inclusive “mãe solteira”.

Ser mãe e estar solteira é ter forças para acalentar a si mesma e também aquele ser pequenino em seus braços, ser mãe é ter forças inimagináveis. Agora, ser mãe e estar solteira é ter força de mãe.

Ser mãe e ser solteira não apaga nem um pouco o brilho da maternidade, a dor e o amor são sentidos na mesma proporção que nas outras mães, independente de seu estado civil.

Graciete Marques (Jornalista).

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