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UMA NOVA REALIDADE

  • Fernanda Pascoal Romanazzi
  • 2 de jun. de 2016
  • 3 min de leitura

Quero começar agradecendo a Esthéfany A. Noleto que me fez esse lindo convite para escrever no seu blog sobre este assunto tão “polêmico” de certa forma para algumas pessoas, mas que para mim, foi o grande responsável para o meu crescimento espiritual, pessoal e principalmente como mãe. O tema proposto foi sobre a criação de filhos sem a presença paterna, portanto, vou começar do começo, falando da pior fase da minha vida.

Quando fiquei viúva, aos 30 anos, juro que pensei que minha vida tinha acabado. Vi um mundo desmoronar, meus sonhos irem por água abaixo e pensei até em desistir da vida. No momento em que recebi a notícia da morte do Wellington, foi como se a minha vida tivesse acabado. Algumas pessoas podem pensar que eu estou exagerando, mais Wellington sempre foi o homem da minha vida e com quem planejei envelhecer.

Começamos a namorar eu ainda era uma menina, eu tinha 14 e ele 15 anos e entre namoro, noivado e casamento foram 17 anos de uma linda e sólida história de amor. Quando ele partiu, não tive dúvidas, tinha certeza de que minha vida tinha acabado. A dependência emocional que eu exercia sobre ele era tamanha, que nada me animava. Mas vamos ao assunto principal, que foi como dar a notícia para a Valentina e como nos adequamos a uma nova realidade.

Lembro-me do momento exato em que dei a notícia para a minha filha. Cheguei do hospital no inicio da tarde, a sala do meu apartamento estava tomada por amigos e minha pequena que tinha acabado de completar três anos veio correndo do quarto. Logo pulou no meu colo e já perguntando o porque eu estava chorando. Ali mesmo, puxei uma cadeira e diante de todos disse que o papai havia se tornado uma estrelinha e que ele foi morar com o papai do céu e disse uma coisa que me marcou muito e ela também, disse que a partir daquele momento éramos eu e ela e que seriamos parceiras pra sempre. Ela então me olhou nos olhos e apenas me abraçou forte. Diante daquele abraço percebi que eu tinha muito o que viver ainda e foi ali que eu percebi o real sentido da vida.

Os primeiros meses foram extremamente difíceis. Não sabia como prover uma casa, não sabia como lhe dar com a minha filha que chamava pelo pai todos os dias, não sabia como iria recomeçar. Valentina sempre foi uma criança muito tranquila, mais a morte do pai a deixou retraída, emotiva e percebemos que ela foi se fechando. Tive total respaldo da escola onde ela estuda até hoje e sou muito grata a todos os profissionais de lá. Naquela época eu não estava conseguindo administrar a minha vida, afinal, a minha família acabara de perder o pilar e eu me sentia perdida diante daquela nova situação.

Os meses foram passando e eu sem opção precisei começar a trabalhar dobrado pra dar conta das despesas, foi aí que eu comecei a tomar as rédeas de tudo. Não vou mentir, me sentia exausta emocionalmente e minha filha se tornou o meu esteio. Mesmo dois anos e meio depois, faço questão de falar do pai dela todo santo dia. Quero que ela saiba o quanto ela foi esperada, planejada e amada pelo pai. Hoje iniciamos uma nova fase, Valentina me pergunta que dia vou arrumar um namorado, eu acho graça e confesso, também quero alguém, sinto que estou pronta e muito bem resolvida comigo mesma.

Valentina é uma criança muito esperta e também madura pra idade dela, a perda prematura do pai a tornou assim e vejo em seus olhos a falta da figura paterna. Quanto a nossa relação de mãe e filha é algo indescritível. Valentina é a realização de um sonho, quem me conhece sabe que eu sempre desejei ser mãe de uma menina. Temos uma sintonia incrível e nosso amor vai muito além do imaginável. Sim, sou brava! Lá em casa existem regras, como em qualquer lugar e ela aprendeu que somos apenas eu e ela, mas ela vem acima de qualquer coisa na minha vida e sou grata a Deus por Ele ter sido tão generoso comigo.

Espero que eu tenha contribuído contando um pouco da nossa rotina e sobre a nossa readequação de vida. Pra finalizar, quero me por a disposição sempre do blog e dizer que sem a ajuda de Deus, meu recomeço não teria sido possível. Portanto, se você está vivendo uma situação parecida com a minha, não se desespere. Respire, aguarde, fale com Deus, porque Ele não desampara aos seus. Muitas vezes não entendemos o porque passamos por determinadas situações na vida, mas Ele sabe de todas as coisas. Confie!

Fernanda Pascoal Romanazzi (Jornalista)

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